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Atleta de Catanduva conquista o CBJJ 2025, o Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu

A catanduvense Bianca Galvão, de 29 anos, é a atual campeão brasileira de Jiu-Jitsu, categoria pena, faixa branca, após conquistar o primeiro lugar no Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu – CBJJ 2025, em torneio realizado no último dia 26 de abril, em Barueri, no tradicional Ginásio Poliesportivo José Corrêa.

Bia, como é chamada carinhosamente pelos familiares e amigos, mora atualmente em São Paulo. Ela é do grupo Jiu das Manas, uma equipe que incentiva a prática entre mulheres, promovendo acolhimento, força e pertencimento. Após o título brasileiro, Bia foi graduada e passou a ser faixa azul.

“Mulheres de qualquer academia podem treinar conosco. Os treinos acontecem na Academia Dream Art, no bairro Brooklin, na capital paulista”, disse Bia, que tem como mestra Ana Rodrigues (ARod), faixa preta bicampeã mundial e detentora de diversos títulos. Ana ainda é atleta profissional.

Na academia Dream Art, Bia conheceu Ana nas aulas de defesa pessoal para 5 mulheres, que migraram para o Jiu-Jitsu. “Hoje o grupo conta com 40 participantes da modalidade. Vieram mulheres de diferentes academias, de diversas faixas e, principalmente, muitas que nunca tinham tido contato com o Jiu-Jitsu, mas buscavam algo além da defesa pessoal: um espaço seguro, conexões verdadeiras, um novo estilo de vida”, comentou Bianca Galvão.

*SUPERAÇÃO* – Bianca já praticou ballet (por 14 anos), natação, dança, yoga e triathon antes de começar no Jiu-Jitsu. Segundo ela, os esportes foram pilares para sua saúde mental, quando superou o luto pelo falecimento de seu pai, Heveraldo Galvão.

Heveraldo foi advogado em Catanduva, professor universitário de Direito em várias faculdades, Mestre e Consultor de Negócios do Sebrae. Quando jovem, representou Catanduva em Jogos Regionais, na modalidade de basquete. Ele faleceu em 2021, vítima de pancreatite.

“Foi após o falecimento do meu pai que o esporte virou um pilar da minha saúde mental. A corrida e o yoga me ajudaram a sair do luto, e o triathlon me mostrou que, ao superar desafios físicos, eu também me fortalecia emocionalmente”, comentou Bia.

Segundo ela, o Jiu-Jitsu chegou em 2023, após indicação de uma amiga do yoga. “A princípio, era só curiosidade. Mas encontrei ali uma transformação que eu não esperava. O Jiu-Jitsu me reconectou comigo mesma, me ajudou a elaborar a dor da perda do meu pai e me mostrou a força que eu tenho. No tatame, enfrento minhas sombras, meus medos, meu ego — e saio de cada treino mais consciente, mais humilde e mais forte”, falou ela para o site Universo Esportivo.

Para Bia, treinar uma arte marcial é um ato político. “É aprender a se defender, a ocupar espaços, a desenvolver presença, foco e autocontrole. É encontrar conforto no desconforto. É sobre coragem, disciplina e comunidade. E é, acima de tudo, sobre transformação”, frisou a atleta.

Antes do título brasileiro, Bianca havia conquistado o primeiro lugar no Rio Open 2025 e o terceiro lugar no Sulamericano 2024 CBJJ.

Bianca segue treinando três vezes por semana: às segundas, quartas e sextas. Além disso, faz aulas particulares com a ARod sempre que possível. “Costumo dizer que são verdadeiras sessões de ‘terajitsu’, porque além do treino técnico, são momentos de muita conversa, autoconhecimento e aprendizado emocional, completou a catanduvense.

Texto: Tiago Lotto

Foto: Divulgação